domingo, 1 de agosto de 2010

Arte, tecnologia e releitura.

A capacidade do artista vai além das óbvias possibilidades que os meios lhe apresentam. Unindo criatividade e as novas tecnologias o homem confirma que ainda é capaz de impressionar e produzir partindo do que já foi tantas vezes apresentado, o próprio processo é um novo olhar sobre o objeto. 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Expressionismo no Brasil, obra e reflexão.

A estudante, 1915 – 1916, Anita Malfatti.


Impressão é um ato que parte do exterior para o interior, a imagem do objeto real se imprime na consciência do homem. Expressão é um movimento inverso, parte do interior para o exterior, o sujeito imprime algo de si mesmo no objeto.
A estudante, de Anita Malfatti, apresenta algo de quase agressivo, algo que não busca satisfazer, através dos “moldes” de ideal de beleza, o olhar do observador. Não se busca representação como algo preso aos detalhes, não usa a tinta na tentativa de escondê-la. Aqui, a tinta é matéria afirmada, é utilizada e apresentada como parte indivisível do real.
A cor possui possibilidades construtivas, ela contém essas possibilidades na sua realidade concreta. A estudante mostra-se como elemento dotado de autonomia, ela não depende da natureza fielmente representada da mulher, ela é realidade em si mesma.
A construção artística é uma realidade produzida pelo choque entre homem e mundo, ela não existe à revelia do mundo ou do objeto observado. O que resulta desse choque é a própria continuidade do homem. A cor aqui não imita a realidade, ela é. Não se busca escondê-la numa ânsia de imitar o que já existe. Por que o que já existe já foi visto. A cor é estudada enquanto elemento da própria arte, não como artifício para obtê-la.
Esse rosto apresenta impregnado em si a construção expressiva de quem sente a partir do que vê. Aqui falamos de construção, sem viés de superação técnica, vista esta como maneira de alcançar algo que a torne ilusão do real. Essa pesquisa de cor surge quase como um ato primitivo, sem o intuito de agradar, mas impregnada da presença da própria matéria. A imagem não é um “reflexo” da coisa, ela possui a mesma realidade da coisa.
O corpo observado não é simplesmente captado pela artista, neste corpo se cria a própria realidade. O rude percebe-se como incômodo, como se a artista tivesse pintado pela primeira vez. A experiência da pintura é única, não se pode vivenciar duas vezes, já que essa rudeza nunca seria “copiada” fielmente, já que ela é experiência em si. É uma mulher sem a intenção de ser mais do que isso. Toda carga que esta carrega está presente e assumida na matéria apresentada como parte e não como meio.
Essa “deformação” da imagem surge a partir do momento em que a artista não precisa escolher as cores segundo um critério de verossimilhança. A beleza passa da dimensão de ideal para a dimensão do real, assim perde o seu “status de belo” para tornar-se “fealdade”. Não se deve existir pensamento para além da imagem. O expressionismo seria a primeira poética do feio.

...Única, múltipla e total.

Simultaneamente, a Arte é única, múltipla e total. Única, porque é signo autônomo, e tem o fim em si, é realidade em si mesma. Múltipla, já que pode dispor de diferentes materiais, de objetivos e de maneiras de dizer. Total, porque apreende tanto o receptor da arte quanto o criador, na totalidade do indivíduo, ou seja, são seus sentidos, sua sensibilidade, sua emoção, sua reflexão ,seus conhecimentos, suas opiniões, sua história, seus desejos e muito mais outros aspectos do ser. Ernst Fischer (1977), em seu trabalho sobre “A Necessidade da Arte”, afirma que a Arte retira o homem do estado de fragmentação para um estado de ser íntegro e total.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Animação!

    Minha primeira animação do curso de Informática Educativa (pivot) do Cederj! O desenho do fundo é da minha menina de 4 aninhos! Clique no desenho para visualizá-lo em movimento!                                           
                                      

....

Esta foi a obra utilizada como parâmetro para a releitura de Samuel!













Menina com flores, Renoir (1888).

Releituras...

       Essa é uma releitura de Samuel, aluno do sétimo ano de uma escola particular do Rio de Janeiro. Partiu da obra Menina com Flores (1888), de Renoir.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Arte e Percepção

    
     Acontece com freqüência vermos e sentirmos certas qualidades numa obra de arte sem poder expressá-las com palavras. A razão de nosso fracasso não está no fato de se usar uma linguagem, mas sim porque não se conseguiu ainda fundir essas qualidades percebidas em categorias adequadas. A linguagem não pode
executar a tarefa diretamente porque não é via direta para o contato sensório com a realidade; serve apenas para nomear o que vemos, ouvimos e pensamos.
     De modo algum é um veículo estranho, inadequado para coisas perceptivas; ao contrário, refere-se apenas a experiências perceptivas. Estas experiências, contudo, antes de receberem um nome, devem ser codificadas por análise perceptiva.
     Felizmente, a análise perceptiva é muito sutil e pode ir além. Ela aguça a visão para a tarefa de penetrar uma obra de arte até os limites mais impenetráveis.


Fragmento do livro Arte e Percepçaõ Visual, de  Rudolf  Arnheim.